Análise – ASUS ROG ALLY X

Análise – ASUS ROG ALLY X

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O ano passado publiquei uma análise sobre a ASUS ROG ALLY, onde o maior problema era a duração da sua bateria. Agora trago-te uma análise à versão melhorada da primeira consola portátil da ASUS, a ASUS ROG ALLY X.

A ASUS deixou claro que esta versão, não é uma sucessora absoluta da ROG Ally original. É mais uma atualização de meio de ciclo, como as que estamos acostumados a ver no mundo das consolas, que traz muitas melhorias, embora não tenha uma atualização completa do chip. Mas isso não impede a ROG Ally X de se tornar a melhor consola portátil para jogos de PC com Windows. Desde aumentos de memória e armazenamento até uma bateria maior e melhor ergonomia, há uma quantidade ridícula de melhorias implementadas. É um salto tão grande que acho difícil recomendar qualquer uma das versões anteriores da ROG Ally agora, mesmo com preços mais em conta.

Se és um adepto da tecnologia e tens acompanhado o mercado de portáteis para jogos, podes achar que a ROG Ally X seja uma resposta por parte da ASUS ao que a Valve fez quando lançou a atualização OLED da Steam Deck a meio do ciclo no final do ano passado. Em muitos aspetos, é legítimo pensares assim. No entanto, eu diria que a ASUS deu um salto muito maior com a ROG Ally X do que a Valve fez com a Steam Deck OLED. Apesar de não receber uma atualização de processador, o chip Ryzen Z1 Extreme no ROG Ally X tem um desempenho consideravelmente melhor do que o mesmo no ROG Ally básico. Isso além de uma série de outras melhorias, incluindo uma segunda porta USB-C e um slot SSD M.2 2280 PCIe4 de comprimento total.

Todas estas atualizações têm um custo e, a ROG Ally X é uma das consolas mais caras do mercado, a partir dos €899 euros. A consola conta com o Windows 11, que ainda é atroz para “computadores de mão” em comparação com a SteamOS. No entanto, a verdade é que a ROG Ally X tem compatibilidade e desempenho incomparáveis com jogos. Se é isso que procuras, talvez valha a pena o dinheiro investido.

Especificações

A ASUS lançou oficialmente a ROG Ally X a 22 de julho de 2024, e esta versão, conta com 24GB de RAM, um SSD de 1TB e uma bateria de maior capacidade (80Wh).

  • Ecrã 1080p | 120 Hz | 500 Nits de brilho | sRGB 100% | 7ms tempo de resposta
  • Chip Z1 Extreme | Zen4, RDNA 3 | 8 núcleos | Processo 4nm | 8.6 teraflops | 16 threads
  • Suporte para FSR, RSR e AMD Fluid Motion Frames
  • Armazenamento: 1TB PCIe 4.0 NVMe M.2 SSD (2280)
  • Portas: 1x 3.5mm Combo Audio Jack | 1x Thunderbolt 4 |1x USB 3.2 Gen 2 Type-C | DisplayPort |1x UHS-II microSD (suporta SD, SDXC and SDHC)
  • Graficos : AMD RDNA 3 Radeon Graphics
  • RAM 24 GB LPDDR5 7500
  • SOM: Dolby Atmos, HI-RES Audio
  • SO: Windows 11
  • Bateria de 80Wh
  • Peso: 678 g
  • Wi-Fi 6E

Design

Se há algo a destacar desta atualização da ROG Ally X, é que a ASUS ouviu realmente o feedback dos utilizadores. Há muitos motivos para ficar entusiasmado com este dispositivo, mas o chassis redesenhado é um dos meus favoritos. É mais espesso e mais pesado, e isso é bom.

Os punhos têm uma forma diferente, o que também ajuda a ROG Ally X a assentar melhor na mão. Talvez não saibas que os punhos e os botões traseiros da ROG Ally foram concebidos com a forma do logótipo da ROG, mas isso já não acontece na ROG Ally X. Os novos botões traseiros são mais pequenos e estão mais centrados, pelo que são mais fáceis de premir e mais difíceis de acionar acidentalmente.

Hardware

Do ponto de vista do hardware, os joysticks da ROG Ally X são mais leves e têm uma forma ligeiramente diferente. Infelizmente, não são sticks de efeito Hall, mas incluem placas modulares e joysticks ALPS baseados em potenciómetros. Por isso, a sua utilização será mais agradável e podes sempre trocá-los por versões com efeito Hall através de kits de terceiros, quando estiverem disponíveis. Os gatilhos continuam a ser de efeito Hall, o D-pad é maior, os botões frontais são 3 mm mais altos e os gatilhos são mais largos, numa lista de pequenas – mas apreciadas – melhorias ergonómicas.

Também é mais fácil encontrar as duas portas USB-C na ROG Ally X e o leitor de impressão digital / botão liga / desliga. Na ROG Ally, a porta USB-C estava “esmagada” ao lado da porta XGMobile e era muito difícil de localizar sem olhar para ela. Isso não é um problema na ROG Ally X. As portas estão deslocadas para a esquerda, são fáceis de encontrar com recortes distintos e suportam Thunderbolt 4, bem como fornecimento de energia de 100W. A porta XGMobile desapareceu, mas não sei se alguém vai sentir falta dela.

Ecrã

O ecrã é uma das áreas em que a ASUS não tocou ao atualizar a ROG Ally X. Continua a ser um painel LCD IPS de 1080p que pode não impressionar na folha de especificações, mas é definitivamente agradável de utilizar durante os jogos. Existem dispositivos portáteis que o superam em resolução (Lenovo Legion Go), tamanho (One XPlayer X1), tecnologia de painel (Steam Deck OLED) e taxa de atualização (Legion Go). No entanto, a ASUS tem a seu favor o facto de a ROG Ally X ainda suportar uma taxa de atualização variável entre 48 Hz e 120 Hz, o que acrescenta suavidade à sua jogabilidade.

A precisão das cores continua a ser excelente, pelo que vale a pena. A ROG Ally X também tem um ótimo brilho. Medi mais de 400 nits, o que é mais do que suficiente. Esse valor é ligeiramente inferior ao valor nominal da ASUS de 500 nits, mas essa margem de diferença entre os números de brilho nominal e real não é incomum de se ver.

Uma coisa que eu acho que a ASUS deveria ter melhorado aqui é o tamanho das molduras do ecrã. Apesar de não se notar muito no chassis preto, ainda são bastante grossas.

Desempenho

Já se sabia que a ROG Ally X traria uma melhor duração da bateria – a sua capacidade de 80Wh é exatamente o dobro da bateria de 40Wh da ROG Ally – mas uma das grandes questões em relação a esta consola portátil era se teria um desempenho visivelmente melhor. Embora tenha o mesmo chip AMD Ryzen Z1 Extreme que a ROG Ally, a ROG Ally X combina-o com uma bateria maior e 24 GB de RAM. Também tem um sistema de refrigeração redesenhado, e isso pode ajudar esta consola a obter um pouco mais de desempenho do mesmo processador. Então, como é que tudo isto afeta os jogos? Juntando tudo isto, a ROG Ally X tem um desempenho surpreendentemente melhor do que a ROG Ally.

A ASUS oferece quatro modos de desempenho com cada ROG Ally, e alterar o TDP ( Thermal Design Power) terá vários efeitos no desempenho e na vida útil da bateria. Para a ROG Ally, existem os modos Silencioso (10W), Desempenho (15W), Turbo (25W) e Turbo+ (30W). A bateria maior na ROG Ally X permitiu que a ASUS aumentasse o modo Silencioso para 13W e o Desempenho para 17W.

Há uma série de conclusões a tirar aqui, mas o ponto central é este: a ROG Ally X tem um desempenho consistentemente melhor do que a ROG Ally. Na predefinição Silent, a ROG Ally X obteve uma pontuação Time Spy que é quase o dobro do ROG Ally original. Não sei se isto deve ser atribuído ao TDP ligeiramente mais elevado, ao melhor arrefecimento ou à RAM extra; no entanto, a melhoria é clara, seja qual for a causa. A ROG Ally X não vence por uma margem tão ampla nos outros limites de TDP, mas vence decisivamente a ROG Ally em todas as ocasiões.

Os modos de TDP mais altos resultam em melhor desempenho do CPU, e as melhorias relacionadas à GPU são mais insignificantes. Como tal, se estiveres num jogo com muita GPU, podes querer baixar o TDP da tua ROG Ally X. Só perderás um pouco do desempenho da GPU e terás uma vida útil da bateria muito melhor.

Um dos pontos fortes da ROG Ally X é ser capaz de jogar qualquer jogo, com poucos ajustes necessários. Joguei Grand Theft Auto V, COD e Forza Motorsport com as suas definições predefinidas no modo Turbo na ROG Ally X sem quaisquer problemas. Normalmente obtive um mínimo de 60 FPS, mas há certamente espaço para mais se ajustares as definições do jogo.

Software

Apesar da ROG Ally X ter um ótimo hardware e um desempenho ainda melhor, acaba por pecar no SO.

O Windows 11 como SO é uma faca de dois gumes: por um lado, trata-se de um software bastante conhecido, pelo que saberás manuseá-lo sem problemas; por outro lado, ele pode ser um pouco inconveniente em determinados momentos, já que não foi construído com ecrãs touch em mente. Usá-lo com os thumbsticks é um atarefa hercúlea, e o touch por vezes obriga a tocar em itens pequeníssimos.

Concluindo

A Asus ROG Ally X, tal como a ROG Ally original, destina-se a pessoas que querem o melhor desempenho e compatibilidade de jogos que uma consola portátil para jogos de PC tem para oferecer. Aqueles que pretendem uma experiência semelhante à de uma consola continuarão a querer optar por uma Steam Deck, porque o SteamOS ainda está muito à frente do Windows. No entanto, a vida útil da bateria, a ergonomia e o hardware melhorados da ROG Ally X fazem dela um concorrente muito mais forte do Steam Deck OLED. Agora é uma espécie de disputa, e qual é a melhor vai depender do que estás à procura.

9.5

Overall rating

Pros
  • O design mais espesso torna a ROG Ally X melhor em termos de ergonomia
  • 3 modos de desempenho distintos
  • Finalmente, existe uma segunda porta TB4 e um leitor de cartões microSD funcional
  • A duração da bateria é impressionante
  • Ecrã
Cons
  • O Windows 11 continua a causar muitas dores de cabeça
  • O preço
  • Ecrã Touch fica cheio de dedadas

Sobre o autor

Fernando Costa

O Fernando é o diretor do InforGames. O seu primeiro computador foi o ZX Spectrum, e foi aqui que começou a interessar-se pelo mundo dos videojogos. Apesar de já ter jogado em várias plataformas, o PC continua a ser a sua plataforma de eleição. No que diz respeito a jogos, gosta de estratégia, corridas e luta.

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