A Power2Build, empresa angolana responsável pela criação da primeira casa construída com uma impressora 3D em África, utilizando exclusivamente materiais locais e cimento convencional, pretende expandir o negócio para Portugal, em 2025, para implementar o centro de operações que vai apoiar a sua expansão para a Europa.
A startup fundada em 2020 está atualmente a trabalhar em Angola e conta com 37 colaboradores a tempo inteiro. Um número que deverá duplicar ainda este ano para dar resposta à estratégia da empresa de expansão nacional e internacional.
“A Power2Build nasceu com o objetivo de ajudar a reduzir significativamente o défice habitacional em África, através de uma tecnologia de construção que seja mais acessível e com menor impacto ambiental. Este ano, o foco é a consolidação do crescimento em território angolano, mas prevemos avançar com a expansão internacional, em 2025, começando pelos países da região Sadc e Europa. Portugal será a porta de entrada para Power2Build”, sublinha Ricardo Almeida, CEO da Power2Build.
A Power2Build prevê 2 milhões de euros de volume de negócios, este ano, mas para 2025, através da expansão para novos mercados, a estimativa é atingir um volume de negócios perto dos 16 milhões de euros. Este ano, o foco da Power2Build será a consolidação do crescimento em território angolano, mas prevê ainda, como parte da estratégia de crescimento, entrar nos mercados da Namíbia e República Democrática do Congo, onde já está em fase final de negociação.
Na semana passada, a empresa anunciou um investimento de 1,3 milhões de euros na maior impressora 3D do mundo para o sector imobiliário em África.
Tecnologia 3D Concrete Printing tem menos impacto ambiental
Em termos globais, a tecnologia 3D Concrete Printing utilizada permite economizar tempo e dinheiro. Mas apesar da rapidez, a qualidade da construção é superior à convencional, o processo é bastante mais seguro, o impacto ambiental é significativamente inferior àquele presente num processo de construção tradicional e os custos mais competitivos.
Esta tecnologia permite a construção de todo o tipo de projetos criados em papel, dos mais simples aos mais complexos que de outra forma seriam inatingíveis, muito caros ou trabalhosos recorrendo aos meios convencionais de construção. Isso permite uma maior inovação e criatividade no espaço de construção comercial.
Em 2022, a Power2Build construiu a primeira casa em impressão 3D do país, em apenas 48 horas, com recurso a uma impressora 3D de grande dimensão. Neste momento, a Power2Build está a concluir o primeiro condomínio familiar 3D em África, casas de renda média, que ultrapassa os 1.000 m2, nesta primeira fase, e irá atingir os 2.000 m2 na segunda fase.
A empresa angolana Power2Build conta com os parceiros tecnológicos COBOD e CEMEX, responsáveis pelo desenvolvimento de uma solução que permite ao betão convencional ser impresso de forma mais eficiente, com maior qualidade e a um custo mais reduzido – a Dfab. À margem desta parceria, a Power2Build recorre apenas a parceiros locais para as restantes fases de construção da habitação.
“Na Power2Build trabalhamos com a diversidade de materiais disponíveis no nosso país e com empresas e recursos locais, exatamente para podermos contribuir para a empregabilidade e desenvolvimento empresarial. É importante que estes sejam projetos da comunidade, para a comunidade”, conclui Ricardo Almeida.
Impressão 3D na construção de habitações
A impressão 3D em grande escala à base de cimento elimina a necessidade de moldagem convencional, colocando de uma forma precisa (ou solidificando), volumes específicos de material em camadas sequenciais, num processo de posicionamento controlado por computador.
A tecnologia usada pela Power2Build pode ser ajustada a todo o tipo de projetos – dos mais simples aos mais complexos. A impressora é modular e extensível em qualquer um dos três eixos, ou seja, é completamente flexível havendo por isso total liberdade dentro da área de impressão.
O equipamento demora aproximadamente 4 horas a montar e é controlado por uma equipa de trabalho especializada e formada pela startup angolana.
O Fernando é o diretor do InforGames. O seu primeiro computador foi o ZX Spectrum, e foi aqui que começou a interessar-se pelo mundo dos videojogos. Apesar de já ter jogado em várias plataformas, o PC continua a ser a sua plataforma de eleição. No que diz respeito a jogos, gosta de estratégia, corridas e luta.