A adoção da Inteligência Artificial (IA) pelas instituições financeiras está a marcar o início de uma era de inovação e transformação, sem precedentes nas organizações. Atualmente, nove em cada dez empresas do setor em causa estão ou vão concentrar os seus esforços na melhoria da gestão de risco e cibersegurança, principalmente através de soluções de software de terceiros. As empresas do setor financeiro e segurador estão também a direcionar os seus desenvolvimentos para casos de uso específicos destes setores e, em 53% dos casos, para melhorar a experiência do cliente ou do utilizador interno. Estas são conclusões da análise setorial do relatório Ascendant da Minsait (Indra Group) e que, sob o título AI: raio-x de uma revolução em curso, analisa o grau de adoção desta tecnologia nas empresas privadas e nas instituições públicas.
O relatório destaca ainda as operações específicas onde as empresas estão ou vão concentrar os seus esforços na utilização da inteligência artificial, destacando-se o reforço das áreas dedicadas à cibersegurança, através de ferramentas ou soluções de terceiros, e a melhoria do processo de operações internas, através da otimização das transações e do backoffice.
Da mesma forma, o estudo Ascendant indica que quase metade das entidades participantes já teem capacidade para captar dados em tempo real, sendo que 27% obtêm tanto dados não estruturados (imagens, vídeos e texto livre…) como dados estruturados. Em 55% dos casos, os dados são habitualmente captados de forma tardia ou sem supervisão do utilizador (o chamado modelo batch, com 17%). Apesar disso, nove em cada dez empresas já utiliza inteligência artificial para analisar a informação e retirar conclusões, identificando determinados padrões. Na grande maioria das empresas analisadas no estudo, observa-se também um elevado grau de intervenção humana na aplicação interna de modelos de IA.
O relatório considera também as motivações das empresas do setor financeiro para a adoção da inteligência artificial, entre as quais destacam-se a eficiência e otimização dos processos internos, sendo um dos aspetos mais importantes para oito em cada dez organizações. Outra motivação passa pela melhoria do processo de tomada de decisão baseado em dados. Nesta sentido, mais de metade das empresas já estão a iniciar o seu processo de adoção da inteligência artificial, tendo claro um plano de negócios em torno desta digitalização e com o foco na medição do retorno do investimento realizado.
Relativamente às barreiras ou fatores que atrasam a aplicação da inteligência artificial, o estudo refere a falta de capacidade e de recursos internos, a falta de conhecimentos tecnológicos, a falta de capacidade dos recursos disponíveis para TI e a ausência de um modelo robusto de governance dos dados, assim como a qualidade dos dados e a aversão à mudança, bem como a dificuldade de adaptação às mudanças que estes processos implicam.
A Inteligência Artificial como recurso-chave para o setor
O setor da Banca e Seguros vive um momento de intensa atividade, influenciado por diversos fatores económicos, políticos e sociais. Este panorama implica uma necessidade urgente de implementar transformações profundas nos processos de negócio, para impulsionar a competitividade e responder, entre outras questões, às expetativas dos consumidores e à necessidade de tornar os processos mais eficientes. O aumento da inflação e as alterações nos padrões de consumo são motivos importantes para que as instituições financeiras e as companhias de seguros acelerem os seus esforços de inovação, para alcançarem um impacto eficaz.
Neste contexto e conforme refere Miguel Simões, Diretor de Serviços Financeiros da Minsait em Portugal, a inteligência artificial “destaca-se como um recurso crucial para modernizar os modelos de negócio, proporcionando eficiência e personalização de forma extremamente rápida. Esta transformação vai muito além do setor financeiro, abrangendo todas as áreas de atividade e acelerando a nossa maneira de viver.” E acrescenta “a inteligência artificial tem um impacto considerável na otimização e melhoria da experiência do cliente, visando aumentar a fidelização. O foco está em redesenhar processos, além de desenvolver novos modelos de negócio que facilitem o acesso a segmentos emergentes.”
O Relatório Ascendant da Minsait aborda, na sua quinta edição em 2024, o contexto e o grau de adoção da inteligência artificial pelas empresas e administrações públicas. Para tal, foi analisada a informação facultada por mais de 900 organizações de vários países, incluindo Portugal, de 15 setores de atividade diferentes.
O Fernando é o diretor do InforGames. O seu primeiro computador foi o ZX Spectrum, e foi aqui que começou a interessar-se pelo mundo dos videojogos. Apesar de já ter jogado em várias plataformas, o PC continua a ser a sua plataforma de eleição. No que diz respeito a jogos, gosta de estratégia, corridas e luta.