Maioria de vocês que por aqui passam, conhecem Dragon Ball, um dos animes mais icónicos de todos os tempos. Pois bem, o anime acaba de receber um novo jogo que promete ser a derradeira experiência da série até à data. Após dezenas de títulos, que não fizeram grande sucesso entre os fãs, e algum tempo depois de Dragon Ball FighterZ, eis que nos chega um título completamente diferente, mas que foi feito a pensar claramente nos fãs. Dragon Ball Z: Kakarot!
Dragon Ball Z: Kakarot foi produzido pelo estúdio CyberConnect2 e, apesar de reproduzir fielmente em jogo aquilo que acontece na série, existem vários detalhes que ficaram de fora, missões secundárias que não acrescentam nada, minijogos demasiado simples e inimigos espalhados pelo mundo de jogo que acabam por ser bastante comuns. Ou seja, apesar de este ser o jogo Dragon Ball mais rico no que diz respeito a conteúdo, nem tudo é perfeito.
Dragon Ball Z: Kakarot trata-se de uma reprodução “bastante fiel” ao que aconteceu na série, pelo que podemos contar com cerca de 40 horas para a história principal. Já as missões secundárias fazem com que, esse número, suba para perto de 100 horas de jogo.
Ao longo da aventura irão reviver as quatro sagas principais de Dragon Ball Z, nomeadamente Saiyans, Freeza, Androids, e Boo. Já vimos batalhas destas sagas em múltiplos jogos, mas Kakarot vai mais longe ao incluir uma série de eventos intermédios, além de realmente apresentar diálogos e sequências de vídeo que são uma recriação fiel do que vimos na televisão. Até vários pormenores que normalmente são ignorados, como os fatos que estão a usar e o contexto, são recriados em Kakarot.
Existem alguns atalhos aqui e ali, que podem tornar a história ligeiramente mais confusa para quem nunca viu a série, mas verdade seja dita, este jogo também não é para eles, mas sim para os fãs mais dedicados da série. São esses que irão apreciar as muitas referências espalhadas pelo mundo de jogo e pelas missões secundárias, com referências a momentos e personagens da série Z, mas também do Dragon ball original. Se essas referências são uma delicia, os momentos de jogabilidade são menos interessantes, resumindo-se a ir buscar itens ou a enfrentar o mesmo tipo de inimigos fracos.
Existem momentos que vão certamente deixar um sorriso nos fãs, como a missão onde Goku e Piccolo tornam os seus testes de condução numa prova excessivamente competitiva.
A componente de exploração e aventura é uma grande parte do jogo, mas o principal atrativo são as batalhas. Se esperam encontrar algo ao nível do fantástico Dragon Ball FighterZ, vão ficar francamente desiludidos, porque não é esse o objetivo de Kakarot. O jogo não está preocupado com grandes combos, e nem sequer inclui um modo multijogador, completamente ignorando a vertente competitiva. Não, aqui o objetivo é o de contar a história de Dragon Ball Z de forma tão fiel quanto possível, e para esse propósito o sistema de combate cumpre. Essencialmente é uma réplica de vários sistemas que vimos no passado, onde a personagem jogável está focada no ecrã, e o adversário está mais longe, tudo num plano 3D total que inclui voo e até combates debaixo de água.
Um botão é responsável por golpes físicos e outro toma conta dos ataques de energia, mas também podem-se defender, desaparecer e reaparecer no momento certo para evitar um golpe contrário, voar a grande velocidade, recuperar energia, transformarem-se, e claro, executar uma série de ataques especiais, como o clássico Kamehameha. Inicialmente é um pouco confuso, ainda que não seja difícil, mas quando apanharem o jeito serão capazes de participar em batalhas entusiasmantes, pelo menos do ponto de vista visual. O facto de ser o mesmo sistema para todas as personagens torna o combate repetitivo – aliás, todo o jogo é bastante repetitivo -, mas a inteligência artificial começa a oferecer um desafio mais razoável depois de algumas horas, tornando os combates um pouco mais interessantes.
Vários elementos contribuem para a eficácia do jogador no combate, como o nível do jogador, a sua relação com outras personagens (é um sistema paralelo), as comidas que ingeriram (podem pescar e cozinhar uma série de pratos), e o tipo de itens que têm equipados para usar nas batalhas. Mas tudo isto acaba por ser algo irrelevante, porque basta ter itens curativos para que tudo o resto se torne desnecessário, e existem demasiados itens de cura.
Já referimos que o jogo conta a história quase por completo, mas nem sempre da melhor maneira. Enquanto uma grande parte é contada através de sequências animadas espetaculares, outras acontecem na forma de diálogos, e alguns até são apenas mostrados com imagens paradas da série televisiva. É um processo que acaba por criar uma grande oscilação na qualidade da história, mas supomos que seria extremamente difícil animar a série por completo. Uma nota contudo para a presença de músicas originais e de vozes em inglês e em japonês.
Dragon Ball Z: Kakarot é um jogo feito por fãs, para fãs, e nota-se a paixão que a equipa de produção tem pela saga. Pedia-se mais algum tempo de produção, para que alguns problemas fossem eliminados ou polidos, como as falhas de fluidez nos momentos de exploração, a inexistência de sincronização entre falas e animações faciais, e a câmara defeituosa. Mas, mesmo com defeitos e muita repetição, Kakarot é um jogo que podemos facilmente recomendar para grandes fãs da série.