Depois de uma pausa bastante longa no que diz respeito a análises de videojogos por falta de tempo, eis que hoje trazemos até vós Gears 5.
Em Gears 5, a história inicia após os eventos de Gears of War 4 focando na jornada de Kait Diaz, que parte numa missão pessoal para descobrir as origens da ligação da sua família com os Locust e é preciso encontrar uma solução para combater a Swarm, a nova ameaça que está a crescer rapidamente nas sombras.
A jogabilidade, que desde o primeiro jogo se tornou bastante sólida, continua a ser a principal influência para o género de jogo. Mesmo assim, as críticas sobre a falta de mudanças no gameplay ao longo dos jogos foram surgindo, visto que realmente não havia uma grande evolução nesse aspeto entre os diversos títulos da série.
Gears 5 finalmente quebra esse paradigma e entrega algumas melhorias muito significativas na jogabilidade, dando mais opções aos jogadores sem mexer no que sempre funcionou bem. A base do gameplay está lá e continua a mesma, mas agora podem contar com mais habilidades e uma melhoria no combate corporal, além da inclusão do robô Jack como elemento de suporte essencial nas batalhas (já falamos sobre este tema). O combate corpo a corpo foi melhorado, ganhando um ataque duplo e agora é possível usar os ataques físicos mesmo quando estamos equipados com a Lancer.
Com a inclusão de Jack, pode-mos, por exemplo, pedir-lhe para ir recolher armas que estejam afastadas – útil quando não convém deixar a cobertura – ou que interaja com uma série de objetos e botões. Ao longo da aventura até irá receber novas capacidades, incluindo uma habilidade que pode camuflar o grupo e armadilhas de eletricidade, tudo disponível na sua própria árvore de habilidades. Até podem assumir o controlo direto de Jack no modo cooperativo, se preferirem variar a jogabilidade.
O jogo também apresenta cenários com maior dinamismo e profundidade, que permitem maior controlo por parte do jogador. Por exemplo, numa batalha que se passa durante uma tempestade de neve, podem usar os pilares de gelo que caem como coberturas, ou podem provocar a sua queda antecipada para prejudicar os inimigos. Existem bem mais opções de interação no cenário, e também vários perigos ambientais que terão de evitar. Isso, em conjunto com um design excelente dos mapas e com as habilidades de Jack, proporcionam a campanha mais imersiva de Gears of War desde o segundo jogo. Gears 5 tem uma campanha longa, mas ao contrário de Gears of War 4, justifica cada minuto de jogabilidade.
As novidades de Gears 5 não se ficaram pela campanha singleplayer. O modo competitivo online será certamente o destaque da experiência para muitos jogadores, mas existem outras alternativas, como Horde e o novo Escape. Escape é um modo cooperativo, onde vocês se juntam a mais dois amigos localmente ou online para tentarem escapar antes que morram com gás letal que foi libertado, ou às mãos dos muitos inimigos que vão encontrar.
Cada jogador terá à sua escolha várias personagens, incluindo convidados especiais como os Spartan de Halo Reach, Sarah Connor do novo filme de O Exterminador, e até Dave Bautista. As personagens têm todas características próprias, como Mac que pode largar um escudo móvel, ou Keegan, que consegue reabastecer as munições do grupo. Estas personagens também podem subir de nível, o que lhes permite aceder a cartas que alteram ou melhoram o estilo de jogo. Este mesmo sistema de evolução também está presente no modo Horde, onde ainda existem mais habilidades e personagens jogáveis.
O modo Horde, é um modo que coloca um grupo de até cinco jogadores numa situação de sobrevivência contra várias ondas de inimigos, cada uma mais difícil que a anterior. É um modo divertido que pode oferecer momentos de grande intensidade, enquanto tentam sobreviver em conjunto com os vossos amigos. Um pormenor positivo é o facto de agora existirem gerados espalhados pelo nível que o jogador tem de destruir, o que obriga a sair da zona de conforto e tentar uma abordagem mais agressiva.
Outro aspeto onde a série sempre se destacou foram os gráficos. Se Gears of War 4 deixou um pouco a desejar nesse departamento, em Gears 5 já não é bem assim. O motor gráfico continua a cargo do Unreal Engine 4 da Epic Games e em números o jogo corre numa resolução dinâmica a 720p/1080p e 30 frames na Xbox One e 1440p/1800p na Xbox One X.
Visualmente houve uma mudança no tom escuro e sombrio da série, dando lugar a ambientes distintos e coloridos. Gears 5 é o jogo mais colorido da série, com muita variação de cenários e localidades e ao longo da campanha vão passar por complexos abandonados na floresta, um mundo congelado, um deserto de areias vermelhas, e também os laboratórios e cavernas subterrâneas que consagraram a série.
O destaque dos gráficos fica por conta da variedade das partículas e efeitos dos cenários. O jogo inteiro é um deleite visual e apresenta modelagem fora do comum, com muitos inimigos no ecrã e mesmo assim uma fluência no gameplay, mantendo a taxa de frames estável proporcionando uma experiência sólida mesmo nos combates mais intensos.
Resumindo, Gears 5 regressa a um patamar que não estava desde Gears of War 2, excedendo todas as expetativas e entregando aquele “extra” que Gears of War 4 ficou a dever. Jogabilidade soberba, grafismo de luxo, boa campanha, modos online viciantes, e até um editor de mapa, tornam Gears 5 num pacote completo, e num jogo obrigatório para quem tem uma Xbox One.