Fernando Costa
O seu primeiro PC foi um ZX Spectrum, apesar de já ter jogado em várias plataformas, o PC continua a ser o Favorito. Criador do InforGames.pt e fã de jogos de Corrida, estratégia e luta.
A Check Point Software Technologies Ltd., prepara-se para celebrar o Anti-Ransomware Day, que decorrerá na próxima segunda-feira, dia 12 de maio. Este dia resulta de uma iniciativa global de sensibilização criada pela INTERPOL e pela Kaspersky para relembrar o ataque WannaCry, um dos episódios mais disruptivos da história da cibersegurança. Em 2017, o mundo assistia ao colapso de hospitais no Reino Unido, fábricas paralisadas e serviços críticos em vários continentes — tudo provocado por um ransomware que se propagou em questão de horas.
O WannaCry foi um ponto de viragem. Mas, à luz do que se vive em 2025, parece agora apenas o prólogo de uma ameaça que se tornou mais estratégica, mais agressiva e tecnologicamente mais sofisticada. O alerta é da Check Point Software Technologies, que considera que 2025 será o ano mais perigoso de sempre no que diz respeito a ataques de ransomware.
A evolução do ransomware é marcada por uma reinvenção constante. O que começou como um simples malware de bloqueio e resgate transformou-se em operações de extorsão múltiplas etapas. Hoje, os atacantes não se limitam a encriptar dados — roubam-nos, divulgam-nos e utilizam-nos como armas.
Só no primeiro trimestre de 2025, foram identificadas 2.289 vítimas em sites de fuga de dados, um aumento de 126% face ao ano anterior, segundo dados do Check Point Research.
O grupo Cl0p, um dos mais ativos, abandonou quase por completo a encriptação de ficheiros, concentrando-se na extorsão pura com base em dados roubados. No início deste ano, comprometeram a plataforma de transferências de ficheiros Cleo, afetando mais de 300 organizações, das quais 83% pertenciam aos sectores de fabrico e logística na América do Norte.
Com a emergência de modelos de tripla extorsão — que combinam ataques DDoS, exposição pública de dados e contacto direto com clientes ou parceiros das vítimas — os atacantes procuram intensificar a pressão psicológica e financeira.
Com os modelos de Ransomware-as-a-Service (RaaS), o cibercrime tornou-se acessível, automatizado e lucrativo. Em 2024, surgiram 46 novos grupos de ransomware, um crescimento de 48% alimentado por kits pré-configurados, programas de afiliados e até serviços de apoio ao “cliente”.
Entre os mais ativos destaca-se o grupo RansomHub, responsável por 531 ataques conhecidos — ultrapassando o infame LockBit. Estas organizações operam como verdadeiras startups digitais, com painéis de controlo, análise de telemetria e funções de localização linguística e cultural.
2025 está a ser o ano em que a Inteligência Artificial (IA) passou a ser parte integrante do arsenal dos cibercriminosos:
Grupos como o FunkSec já utilizam IA para acelerar ciclos de ataque e evitar deteção. “Estamos a assistir à revolução industrial do ransomware,” afirma Sergey Shykevich, responsável do grupo de inteligência de ameaças da Check Point. “A IA permite personalizar, lançar e escalar ataques com uma facilidade nunca vista — e o impacto não é apenas técnico, mas também operacional, financeiro e reputacional.”
Outro fenómeno crescente é o uso de táticas de manipulação emocional e desinformação. Grupos como Babuk-Bjorka publicam falsos vazamentos de dados ou conteúdos reciclados para intimidar empresas que, na realidade, não foram comprometidas. Esta abordagem mina a credibilidade dos alertas de cibersegurança e dificulta a resposta das equipas técnicas.
De acordo com o Relatório Anual de Ransomware 2024 da Check Point, os Estados Unidos mantêm-se como o país mais atacado (50,2% dos casos), enquanto a Índia registou um aumento de 38%, impulsionado pela digitalização acelerada e lacunas na infraestrutura de cibersegurança. Os sectores mais atingidos incluem serviços empresariais, manufatura e retalho — áreas operacionalmente críticas e muitas vezes mal preparadas.
A Check Point sublinha que confiar apenas em backups ou atualizações de software já não é suficiente. As organizações devem adotar uma abordagem proativa e integrada para enfrentar as ameaças modernas:
“O ransomware já não é apenas um problema técnico — é uma questão de continuidade do negócio e de confiança institucional”, reforça Shykevich. “Tal como os riscos legais ou financeiros, a cibersegurança tem de ser encarada como uma prioridade inegociável pelos conselhos de administração.”
O seu primeiro PC foi um ZX Spectrum, apesar de já ter jogado em várias plataformas, o PC continua a ser o Favorito. Criador do InforGames.pt e fã de jogos de Corrida, estratégia e luta.
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