Análise – Naheulbeuk’s Dungeon Master

Análise – Naheulbeuk’s Dungeon Master

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Se gostas de jogos de gestão de masmorras, ao estilo de Dungeons & Dragons. Naheulbeuk’s Dungeon Master é um jogo ideal para ti.

Em Naheulbeuk’s Dungeon Master, és o mestre da tua própria masmorra e assumes a tarefa de construir quartos e preenchê-los com diversas instalações para atrair novos clientes e acumular riqueza suficiente para expandir o teu domínio. De maneira semelhante à clássica franquia Dungeon Keeper, o jogo exige que equilibres múltiplas tarefas, mantendo os teus subordinados contentes para evitar conflitos internos que poderiam prejudicar as tuas operações.

A gestão das masmorras pode tornar-se complexa, com o surgimento de problemas a nível dos recursos humanos se não forem tratados adequadamente. Lidar com greves e problemas de relacionamento torna-se crucial. Esta abordagem única ao mundo de fantasia adiciona uma camada de complexidade que raramente é abordada em jogos deste género.

As masmorras estão cheias de armadilhas e tesouros, proporcionando uma experiência bem mais próxima de algo mais imersivo. A decoração não é apenas estética; é crucial para atender às demandas dos diversos habitantes que chamam a masmorra de lar. Elfos, orcs, humanos e anões, cada um com as suas peculiaridades, precisam estar satisfeitos para que a tua masmorra ganhe reputação.

No início de cada semana, os teus subordinados podem optar por entrar em greve, exigindo tudo, desde mais celas na prisão até menos anões no local de trabalho. Os teus lacaios também são ocasionalmente racistas – o que pelo menos torna mais palatáveis algumas das opções mais brutais para lidar com trabalhadores em greve.

Podes sacrificar toda a linha de piquete ao teu senhor dos demónios interno, ou acabar com o emprego deles sem tribunal. Podes também encerrá-los nas prisões que eles repetidamente afirmam ter falta de celas. Ou podes concordar com as suas condições para aumentar a cantina e despedir todos os seus colegas mais baixos. Mas seja qual for a opção escolhida, os ataques dos lacaios são inconsequentes, não passando de um aparte cómico.

Um dos aspetos mais inovadores do jogo é a maneira como lida com os ataques de aventureiros. Ganhar reputação suficiente não atrai apenas novos subordinados; também chama a atenção de aventureiros ávidos por saquear as tuas salas de tesouro. Neste ponto, o jogo destaca-se, exigindo que defendas a tua masmorra contra invasores.

Aqui podes optar por abordagens convencionais, como usar guardas e armadilhas, ou recorrer a métodos mais criativos para distrair os intrusos. A capacidade de mostrar a um grupo de anões uma bandeja de canecas cheias ou a um grupo de elfos um monte de peluches para detê-los no meio do caminho é um toque inovador. Capturar esses aventureiros pode levá-los a juntarem-se aos teus grupos de ataque ou, se preferires, podes envia-los em incursões e missões a outras masmorras num mapa-mundo, o que te dá pequenas recompensas e mudanças de reputação. E, claro, podes montar armadilhas para os aventureiros caírem.

A história do jogo mergulha nas origens do teu personagem, um meio-goblin com uma Certificação de Ajudante de Guerra Amargurado. Discriminado pela sociedade, aceitas um emprego que envolve administrar uma masmorra independente, considerada uma das joias das Terras de Fangh. O anúncio menciona o desejo de levar a masmorra para o próximo nível, com Zangdar, o feiticeiro responsável, a elogiar as suas defesas, armadilhas e tesouros. Desde a impossibilidade de realizar um trabalho adequado no covil até aos desafios de lidar com a burocracia da Associação dos Proprietários de Masmorras de Fangh (APMF), uma espécie de associação de proprietários de masmorras que se assemelha a associações de condomínios, a história desenrola-se gradualmente, proporcionando uma experiência bem agradável, ao mesmo tempo que te apresenta, em forma de tutorial, as mecânicas do jogo.

Há muitos pequenos pormenores de que gostei. A jogabilidade oferece uma fusão única de construção, gestão e desafios estratégicos. A música e os efeitos sonoros, embora não revolucionários, são utilizáveis e contribuem para a atmosfera do jogo, enquanto o excelente trabalho de voz deixa o tom mais leve. Os gráficos, apesar de não serem deslumbrantes, atendem às necessidades do jogo, retratando efetivamente a atmosfera sombria e húmida das masmorras, permitindo que o controle de câmara possa aproximar para ver de perto os seus subordinados ou visitantes e clientes da masmorra.

A quantidade de desafios que enfrentas é notável. Desde as complexidades da gestão de recursos humanos até a necessidade de projetar a tua masmorra para atrair habitantes específicos, o jogo oferece uma experiência que eu não esperava que se tornasse tão desafiadora com o tempo. Cada decisão tem consequências, e a necessidade de equilibrar a reputação da masmorra com a segurança contra aventureiros gananciosos adiciona uma camada extra de complexidade, fazendo com que pauses o jogo apenas para pensares no próximo passo, já que lidar com a gestão financeira é crucial.

É preciso pagar salários, pagar manutenção, pagar impostos e ainda lidar com possíveis roubos à tua sala de tesouro por parte de aventureiros.

Para além do modo história, tens ainda ao teu dispor o modo sandbox, que te permite criar a tua masmorra da forma que mais gostares e sem limites.

Resumindo:

Naheulbeuk’s Dungeon Master emerge como uma adição ao cenário de simuladores de gestão de masmorras. A sua inovação no género, combinando elementos de construção de masmorras com uma narrativa cómica e estratégias únicas para lidar com invasões de aventureiros, oferece uma experiência bem divertida para os entusiastas do género.

9.0

Nota final

Pros
  • História engraçada e bem narrada
  • Jogabilidade
  • Humor
  • Modo sandbox
Cons
  • Alguns bugs
  • Tutorial podia ser melhor
Sobre o autor

Fernando Costa

O Fernando é o diretor do InforGames. O seu primeiro computador foi o ZX Spectrum, e foi aqui que começou a interessar-se pelo mundo dos videojogos. Apesar de já ter jogado em várias plataformas, o PC continua a ser a sua plataforma de eleição. No que diz respeito a jogos, gosta de estratégia, corridas e luta.

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