A Indra anuncia que está a incorporar um sistema baseado em inteligência artificial nos seus simuladores, que permite definir, em minutos, cenários de treino tático para gerar missões reais. Esta era uma tarefa que, até então, demorava vários dias e consumia recursos e esforços significativos.

A empresa fez a apresentação desta novidade no Paris Air Show, uma das maiores feiras aeroespaciais internacionais realizadas na Europa e está já a ser integrada nos seus novos simuladores, sendo ainda progressivamente adicionada aos sistemas atualmente em serviço.

A utilização de simuladores para preparar missões antes da deslocação para zonas operacionais, tem sido, há vários anos, um pilar essencial da preparação de qualquer exército. Os cenários realistas são concebidos para reproduzir, de forma fiel, a topografia do terreno, a localização e o comportamento tático das entidades — tanto aliadas como inimigas — que serão encontradas no campo de batalha.

A agilidade na geração destes ambientes é crucial para maximizar o tempo disponível para a preparação das missões. No entanto, devido à grande quantidade de informação e detalhes necessários, este tem sido um processo longo e tedioso, exigindo a dedicação de pessoal experiente ao longo de semanas ou até meses.

Com o desenvolvimento da nova ferramenta, baseada em modelos avançados de IA e Large Language Models (LLMs), a empresa reduz drasticamente o tempo necessário para esta tarefa, além de melhorar o realismo dos cenários e de revolucionar o treino militar e a preparação para missões.

O instrutor apenas necessita de especificar — por escrito ou verbalmente — o que pretende, por exemplo: um cenário complexo incluindo plataformas aéreas e terrestres que operam numa área geográfica específica. O sistema gera automaticamente o ambiente sintético completo, com todos os tipos de plataformas pré-configuradas, incluindo a sua posição, velocidade, rota planeada e se são aliadas ou inimigas.

Em poucos minutos, o treino pode começar e o instrutor pode fazer ir fazendo os ajustes necessários — como mover a rota de um caça para longe de uma posição inimiga, ou alterar o tipo de formação de uma coluna de tanques. O sistema aprende com todas estas correções e adapta-se às preferências de cada instrutor, otimizando ainda mais o trabalho futuro.

A nova funcionalidade agora apresentada junta-se a outras utilizações de IA que a empresa já implementou nos seus sistemas, como para simular o comportamento de outras aeronaves ou plataformas envolvidas em exercícios.

A Indra está a moldar o desenvolvimento de novos paradigmas de simulação ligados ao Live Virtual Constructive (LVC) e à Modeling and Simulation as a Service (MSaaS), que vão transformar o setor.

A Indra é também pioneira na aplicação da Inteligência Artificial no setor da defesa, tendo lançado recentemente o IndraMind, o seu sistema de inteligência concebido para maximizar a automatização de operações críticas e garantir a superioridade em operações multidomínio.