Ao longo deste ano, a ligação entre Donald Trump e Elon Musk, duas figuras de grande influência, promete moldar de forma profunda o futuro da inovação tecnológica e o papel dos gigantes digitais no panorama económico e político.

Musk, que há muito se apresenta como um defensor da liberdade de expressão, protagonizou movimentos ousados, como o desbloqueio da conta de Donald Trump na plataforma X (antigo Twitter). Este gesto não foi apenas simbólico, mas também estratégico, fortalecendo o apelo de Musk junto de uma audiência conservadora e ampliando a discussão sobre os limites da liberdade no digital.

Com Donald Trump na presidência norte-americana, as implicações para o setor tecnológico são inúmeras. O seu histórico protecionista, que incluiu uma guerra comercial com a China, poderá redefinir as cadeias de fornecimento globais de componentes essenciais para a tecnologia. Além disso, a sua resistência às regulações mais rigorosas sobre plataformas digitais poderá beneficiar empresas como a X, enquanto desafia a concorrência e a privacidade dos utilizadores.

No entanto, esta aliança estratégica não está isenta de riscos e controvérsias. Por um lado, a capacidade de Musk de influenciar o discurso público e político através da X, levanta questões sobre a concentração de poder tecnológico. Por outro lado, a reeleição de Donald Trump pode criar um ambiente de incerteza para empresas que dependem de um mercado global aberto e de políticas de inovação sustentáveis.

Até ao momento, o setor tecnológico tem reagido de forma bastante positiva com a vitória de Donald Trump e a decisão de avançar com o departamento de eficiência conduzido por Elon Musk. Porém, para além dos riscos já mencionados, também existem outros fatores de risco que podem trazer momentos de maior volatilidade como o que observámos recentemente onde o setor tecnológico está exposto a correções, após a reunião da FOMC, onde o comité anunciou as suas projeções para o próximo ano e, apontou para menos cortes nas taxas de juro do que se inicialmente esperava.

Desempenho das ações da Tesla (gráfico preto) e dos futuros do Nasdaq-100 (gráfico azul). Fonte: xStation 5