Aumento de empresas de recrutamento em Portugal equivale a retirar 306 mil pessoas da situação de pobreza

Aumento de empresas de recrutamento em Portugal equivale a retirar 306 mil pessoas da situação de pobreza

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A Randstad acaba de apresentar o novo estudo sobre o papel das empresas de recrutamento na sociedade europeia, em Portugal. Esta análise, realizada em países da região do euro com uma população superior a um milhão de habitantes, pretende estabelecer uma relação entre o setor das empresas de recrutamento e o seu contributo para o avanço dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Deste modo, o estudo procura correlações altas entre a taxa de penetração das empresas de recrutamento e uma seleção de indicadores relacionados com os ODS, nos referidos países. Os objetivos cujo estudo estabeleceu correlações mais altas foram: erradicar a pobreza; educação de qualidade; igualdade de género; trabalho digno e crescimento económico; reduzir as desigualdades.  Foram identificadas 12 correlações nos mercados de trabalho europeus entre os indicadores analisados e a participação das empresas de recrutamento.

O estudo da Randstad indica que o papel mediador das empresas de recrutamento no mercado de trabalho pode agilizar a ligação das necessidades de talento das empresas aos profissionais adequados para satisfazê-las. É, com isto, referido que os níveis de emprego podem aumentar, as desigualdades podem ser reduzidas e podem avançar os níveis de desenvolvimento de algumas economias, que, em termos comparativos possuem já padrões de desenvolvimento adiantados. Porém, este processo não funciona de igual forma nos vários países da União Europeia.

As taxas de penetração das empresas de recrutamento por países, calculadas dividindo o número de trabalhadores temporários equivalentes a tempo inteiro entre a população em idade ativa, mostram que alguns países ultrapassam os 2%, enquanto que os que se encontram no final da fila têm taxas inferiores a 1%. No caso de Portugal, a análise reflete uma situação inferior, comparativamente com outros países, situando-se a taxa de penetração nos 1.1%.

A análise explica que, relativamente ao primeiro objetivo, erradicar a pobreza, a atividade das empresas de recrutamento facilita o acesso ao trabalho a centenas de milhares de pessoas, proporcionando-lhes rendimentos suficientes para as afastar dos níveis de pobreza relativa e da exclusão social, conseguindo assim melhorar os resultados do ODS 1.

Segundo a correlação obtida nos países da região do euro, a presença de um ponto a mais de penetração das empresas de recrutamento no mercado de trabalho é acompanhada por taxas de pobreza 2,96 pontos mais baixas. Em Portugal, uma redução dessa magnitude poderia equivaler a tirar 306,2 mil pessoas de uma situação de risco de pobreza ou exclusão social.

“Segundo dados da Eurostat, em Portugal, o número de pessoas empregadas que não atingem o rendimento mínimo disponível é superior a 518 mil pessoas, o que corresponde a 11% dos empregados. Considerando a correlação, analisada pela Randstad, entre a penetração do setor de empresas de recrutamento e a taxa de risco de pobreza no trabalho, aplicando a correlação correspondente ao aumento da presença do setor em Portugal, poderia reduzir-se o número de afetados por esta situação em 149 mil pessoas”, explica Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal

A reflexão aponta que também no ODS 4, que corresponde a educação de qualidade, é possível esperar uma contribuição positiva por parte das empresas de recrutamento. Verifica-se uma flexibilidade superior no mercado de trabalho e maiores oportunidades de emprego nos países em que as empresas de recrutamento têm maior presença. Isto faz com que a rentabilidade da formação aumente, o que acaba por implicar maiores níveis de qualificação da população destes países. Foi verificado que um ponto percentual na penetração destas agências corresponderia a um incremento de 3,8 pontos a proporção de pessoas dos 45 aos 54 anos com competências digitais básicas, aumento que em Portugal se traduziria em 59,3 mil pessoas a mais com esses conhecimentos. Atualmente, 45% dos indivíduos desta faixa etária possuem competências digitais abaixo do nível básico.

A análise refere ainda que o ODS 5, igualdade de género, pode ser impulsionado pelas agências de emprego, com a capacidade para agilizar o acesso ao emprego por parte de mulheres, o que lhes permite iniciar as carreiras profissionais mais cedo e progredir profissionalmente, podendo limitar as diferenças entre género nos mercados de trabalho europeus. Uma das correlações mostra que em Portugal, o aumento de um ponto percentual na participação do setor, poderia elevar o peso das mulheres nos cargos de alta gestão, a médio prazo, até 4,5%.

É também indicado que estas empresas podem aproximar os jovens do mercado de trabalho, oferecendo condições e garantias de proteção social, o que poderá contribuir para a melhoria do trabalho digno e crescimento económico, correspondente ao ODS 8. Também neste caso foi percetível que um aumento de um ponto na taxa de penetração do setor poderia significar um acréscimo de 66,5 mil profissionais jovens empregados em Portugal.

O estudo revela ainda que ao facilitar o acesso ao trabalho a centenas de milhares de pessoas na Europa, as empresas de recrutamento contribuem para um aumento no nível de rendimento, o que reduz as diferenças na distribuição dos rendimentos destes países, que corresponde ao ODS 10. O coeficiente de Gini, indicador utilizado nesta análise e que mede a desigualdade na distribuição de rendimentos, fixou-se, segundo a análise, em 33 pontos em Portugal. A correlação mostra que a maior participação de empresas do setor poderia reduzir esse indicador, uma vez que por cada ponto percentual adicional da presença do setor, este coeficiente é 2,7 pontos mais baixo.

“Este estudo permite-nos perceber, com base em dados concretos, a importância das agências de recrutamento no progresso, comportando o foco nas pessoas e nas suas necessidades como prioridade. São indicadores que estão alinhados com a ambição da Randstad, de se tornar a empresa de talentos mais equitativa e especializada do mundo.”, conclui Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal.

Sobre o autor

Fernando Costa

O Fernando é o diretor do InforGames. O seu primeiro computador foi o ZX Spectrum, e foi aqui que começou a interessar-se pelo mundo dos videojogos. Apesar de já ter jogado em várias plataformas, o PC continua a ser a sua plataforma de eleição. No que diz respeito a jogos, gosta de estratégia, corridas e luta.

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